Pais de alunos e professores reclamam do uso excessivo das plataformas digitais como meio principal da educação.
O uso da tecnologia em sala de aula sempre foi um assunto positivo, desde que seja um apoio, ou seja um suporte para complementar a aula, não o meio principal. Atualmente as metas e objetivos do uso das plataformas, tem sido o meio principal, não importa se houve ou não o aprendizado, o que importa são as metas e se todo o sistema está com mais de 90% de acesso.
Caso isto não ocorra, diretores e professores poderão ser afastados de seus postos, mesmo ele tendo feito todo o trabalho pedagógico necessário para os estudantes. Diante destas denúncias, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) está investigando o uso de plataformas digitais na educação, com foco na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e em plataformas que prestaram serviço à secretaria, buscando apurar se houve coleta indevida de dados de estudantes e seu envio para empresas de publicidade.
O MP-SP também abriu um inquérito para investigar o impacto da introdução dessas tecnologias na rede pública estadual, especialmente o uso de plataformas digitais e materiais didáticos pré-formatados.
O inquérito civil instaurado pelo MP-SP, por meio do Grupo de Atuação Especial de Educação (GEDUC – Núcleo Capital), tem como objetivo principal entender como as novas tecnologias estão sendo implementadas nas escolas estaduais e se essas ferramentas estão contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem. O MP-SP busca informações sobre o uso das plataformas digitais e materiais didáticos pré-formatados, e se essas ferramentas estão melhorando ou prejudicando o processo de ensino-aprendizagem.
O inquérito foi motivado por denúncias e preocupações sobre a privacidade dos dados dos estudantes, especialmente após a pandemia, quando o uso de plataformas digitais se intensificou. Uma investigação da Human Rights Watch (HRW) revelou que sete sites educacionais estavam extraindo e enviando dados de crianças e adolescentes para empresas terceirizadas, utilizando tecnologias de rastreamento para fins publicitários.
O MP-SP está utilizando um questionário online para coletar informações diretamente dos profissionais da educação, incluindo professores e gestores escolares, sobre suas experiências com as plataformas digitais e materiais didáticos implementados pela rede estadual. O questionário é anônimo e visa coletar impressões sobre o impacto dessas ferramentas no ensino-aprendizagem, com o objetivo de subsidiar o inquérito civil. O prazo para responder ao questionário vai até 25 de julho.